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Sintomas físicos e emocionais podem estar relacionados com a síndrome de burnout

Distúrbio causado por estresse crônico no trabalho foi tema de palestra organizada pela Escola do Legislativo na quarta-feira (4)


Sintomas físicos e emocionais do dia a dia podem estar relacionados à síndrome de burnout, caracterizada pelo estresse crônico no ambiente de trabalho. Isso foi assunto de palestra realizada pela Escola do Legislativo (EL) na noite de quarta-feira (4), no Plenário da Câmara Municipal.

O evento “Desvendando a Síndrome de Burnout” abriu a “Semana de Conscientização sobre a Síndrome de Burnout”, que tem o tema “(RE)CONECTE-SE: transformando vidas e trabalho”.

“Esse assunto é tão importante de ser trabalhado e foi nomeado há muito pouco tempo, assim como outras questões da sociedade que vêm sendo descobertas. É necessário ampliar essa comunicação para que a população entenda os sinais e sintomas que estão acontecendo. A síndrome de burnout vem justamente para que as pessoas busquem ajuda de uma forma mais precisa”, disse a vereadora Luna Meyer (PDT), que preside a Escola do Legislativo.

A psicóloga Andreza Bolato, que também é coach, analista comportamental e trabalha com desenvolvimento humano, organizacional e gestão de carreiras, afirmou que o burnout existe há muitos anos, mas foi reconhecido recentemente.

O termo foi criado pelo psicanalista alemão Herbert Freudenberger em 1974, mas o burnout só foi caracterizado como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID) em janeiro de 2022.

“Compreender as causas e o que acontece com a gente no nosso dia a dia é fundamental para a gente ter estratégias para prevenir o burnout e para aliviar os sintomas”, declarou Andreza.

 

Causas e sintomas

As principais causas da doença são o estresse crônico, a tensão emocional, um ambiente de trabalho desfavorável, sobrecarga de trabalho e o desequilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional.

Os sintomas podem ser fisiológicos (dores de cabeça, distúrbios do sono, distúrbio intestinal, “apagão”, falta de energia, etc.), emocionais (irritabilidade, dificuldade de concentração, diminuição da autoeficácia, não se achar capaz e não ver graça nas coisas) e comportamentais (isolamento, sensação de falta, trabalhar mesmo esgotado e sem energia para não se mostrar incapaz, entre outros).

A psicóloga ainda reforçou que o burnout, uma exaustão ocupacional, não pode ser confundido com a depressão, que pode ser desencadeada, intensificada e mantida por vários fatores, como genética e eventos traumáticos.

“O burnout está ligado ao excesso de trabalho, ao quanto que a gente se dedica, à pressão que temos no dia a dia. O nosso estresse acaba se tornando crônico. Não é algo que a gente vai deitar, dormir, descansar e amanhã não temos mais. Não é assim que funciona quando a gente tem burnout”, informou.

Para lidar com o burnout, a psicóloga recomenda quatro pontos importantes: autocuidado, com a reserva de tempo para praticar atividades que tragam prazer; autoconhecimento, reconhecendo as emoções e comportamentos que contribuem para o quadro; apoio profissional, com ajuda de psicólogo ou terapeuta; e mudanças no trabalho, buscando soluções e adaptações no ambiente profissional.

“A gente precisa impor limite. Não é ruim a gente impor limite, saber até onde a gente pode ir e até onde o outro pode entrar na nossa vida. É nossa responsabilidade. A vida é nossa. Não coloque essa responsabilidade de escolha, de definição de limite, de autocuidado, de autoconhecimento e de autoestima na mão de outra pessoa”, concluiu Andreza.

 

Problemas de saúde

Marcela Reis, que ajudou a idealizar o evento, relatou um testemunho pessoal de superação do burnout. Ela atua como controller jurídico com especializações em gestão de pessoas.

“Os sinais estavam ali, escancarados, e eu não percebia. Tudo começou quando passei a acordar muitas vezes à noite para ir ao banheiro. Depois disso começaram a insônia e os quadros de infecção de urina, que cheguei a ter quatro vezes no mês. Antibiótico em cima de antibiótico. Além de cansaço, dor de cabeça”, disse.

Os quadros de infecção urinária estavam ligados ao estresse do trabalho, o que foi identificado por uma fisioterapeuta pélvica. Marcela também procurou apoio de uma psicóloga, que diagnosticou o quadro de burnout e a encaminhou para um psiquiatra para o tratamento ter auxílio de medicamentos.

“Hoje faço o tratamento. Tive que sair do emprego, porque não tinha condições de ficar naquele ambiente, e mudei meus hábitos de alimentação e atividade física. Faço tratamento para a bexiga com urologista. Foi importante eu ter o apoio desses profissionais que se preocuparam comigo”, relatou.

A íntegra do evento, transmitido ao vivo pela TV Câmara, continua disponível para ser assistida pelo Facebook e pelo YouTube.




Publicado em: 05 de outubro de 2023

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Categoria: Escola do Legislativo

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