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Recém-inaugurado, o Centro de Referência e Resistência LGBTQIA+ tem em seu planejamento várias ações para serem promovidas ao longo de 2019. Em reunião no gabinete da vereadora Thainara Faria (PT) na tarde da quarta-feira (16), a assessora de Políticas LGBT, Filipe Brunelli, discutiu as atividades previstas, entre elas a realização de diversas oficinas e cursos técnicos. De acordo com um estudo feito pelo Centro, o tema que mais interessa à comunidade envolve empregabilidade e empreendedorismo. Nesse sentido, Brunelli tem se movimentado para oferecer oficinas durante a semana à noite e também aos finais de semana. “Temos espaço para isso, e já estamos desenvolvendo um banco de currículos LGBTs, analisando os perfis para encaminharmos às vagas que têm mais a ver com a pessoa.” Thainara levantou a possibilidade de uma parceria com o Centro de Referência da Mulher, localizado no mesmo espaço do Centro LGBTQIA+, para o oferecimento de cursos às mulheres também, principalmente àquelas acima dos 40 anos de idade que têm dificuldades para se inserirem no mercado de trabalho. “Entendo que essa troca de experiências é de fundamental importância”, destacou a parlamentar. A assessora enfatizou que as pessoas da comunidade LGBT estão ocupando o espaço para adquirir e oferecer conhecimento. “As oficinas e cursos serão abertos a todo o público, mas com foco nos LGBTs, pois precisamos dar oportunidades e garantir a cidadania dessas pessoas, dessa forma dando outras opções além da prostituição. Não basta tirar dos locais onde ficam, é preciso dar condições para que saiam da vida em que estão”, pontuou, lembrando que 4% dos LGBTs no município são analfabetos. Em nome do Conselho Municipal LGBT, Filipe convidou Thainara para prestar contas das políticas LGBTs desenvolvidas pelo mandato para os conselheiros, e a parlamentar já confirmou presença.

Janeiro, mês da visibilidade trans

Brunelli disse que já está sendo preparada uma programação especial para este ano. “Teremos o Cine LGBT, com um documentário produzido em Araraquara, e o ‘Trava-língua’, que falará da origem e valorização do ‘bajubá’, linguagem das travestis e mulheres transexuais, usada para elas não serem perseguidas”, detalhou. Está prevista também a divulgação das estatísticas relacionadas aos LGBTs do município em 2018. “No ano passado, tivemos um aumento de 6% nos casos de LGBTfobia e mais de 100% nos de transfobia. Já registramos três ocorrências, com uma tentativa de homicídio, em apenas 16 dias de 2019”, disse Filipe, que sugeriu a iluminação da fachada da Câmara nas cores da bandeira trans neste mês de janeiro. A vereadora afirmou que estará à disposição do Centro para o desenvolvimento das ações discutidas.