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Irmã Cida é homenageada com Título de Cidadã Araraquarense



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Na sexta-feira (7), o Centro de Convivência da Criança e do Adolescente “Lar Nossa Senhora das Mercês” foi o cenário da Sessão Solene da Câmara Municipal de Araraquara para a outorga do Título de Cidadã Araraquarense à religiosa Aparecida dos Santos, a Irmã Cida. A indicação da homenagem foi feita pela vereadora Thainara Faria (PT), que representou a Casa de Leis na ocasião.

“É uma homenagem muito pequena diante de tudo o que Irmã Cida merece”, declarou a parlamentar em seu discurso. “Estamos vivendo um período de muito ódio, não só no Brasil, mas no mundo todo. Um período em que as pessoas não têm capacidade de se colocar no lugar do outro, de olhar para a dificuldade do outro e de ir um pouquinho além do que favorece apenas a si. Na verdade, Irmã Cida se encaixa em todos os prêmios que a Câmara Municipal poderia outorgar: Honra ao Mérito, Cidadã Araraquarense e Reconhecimento Público. Quando uma pessoa decide abrir mão de tudo na vida para se dedicar a cuidar do próximo, não temos homenagem à sua altura.”

A deputada Márcia Lia (PT), que acompanha a trajetória da religiosa há muitos anos, observou que a maioria das pessoas presentes vinha de famílias muito pobres. “Desde que a conheço, Irmã Cida é um exemplo que representa a nossa história de luta e de trabalho para melhorar a vida dos nossos semelhantes, para fazer com que a vida dessas crianças possa ser menos difícil. As pessoas que estão aqui a amam muito.”

Visivelmente emocionado, o prefeito Edinho Silva (PT) falou sobre a relevância das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição, as “irmãs do Coleginho”, para a história de Araraquara. “Suas palavras falam e seus exemplos gritam”, disse, dirigindo-se à homenageada. “É muito difícil ser cristão hoje, pois a sociedade nos impõe realidades que são gritantes contra o Evangelho. E a vida que vivemos hoje faz com que, muitas vezes, alimentemos contradições que não convivem com o Evangelho, como o preconceito, o individualismo e o egoísmo. Irmã Cida, num momento como este, faz o gesto de afirmação da opção de Cristo pelos pequeninos, pelos pobres, pelos abandonados, pelos vulneráveis. Ela não só é uma religiosa que vive o Evangelho, mas também o pratica com gestos concretos, e é por isso que todos nós somos convertidos por ela todos os dias.”

Quebrando o protocolo, o vereador Roger Mendes (Progressistas) fez a leitura do Decreto Legislativo que confere o título a Irmã Cida, não sem antes afirmar: “Crianças, quando alguém pedir para vocês definirem o verdadeiro significado da palavra amor, lembrem-se de que hoje estamos tendo a oportunidade de ver um exemplo real e tocável dele”.

Irmã Cida agradeceu imensamente pela presença de todos e revelou que, ao receber de Thainara a sugestão da honraria, hesitou bastante: “Por um lado, você vê o carinho de uma pessoa tão jovem e tão comprometida com a criança e o adolescente em situação de vulnerabilidade, o que não é pouca coisa. Depois, você se depara com um título de reconhecimento por um trabalho que foi realizado para o Reino de Deus. Se eu fui fiel a esse amor, está escrito no coração de Deus, não precisa de título”. Ela contou o que a convenceu: “Vejo que estou aqui na Terra, convivendo com meus irmãos e irmãs tão queridos, que fazem parte dessa caminhada, que acreditam nas lutas e que podemos viver o amor e a solidariedade, mesmo em meio a tantas contradições. Receber este título é trazer esta história e cada um de vocês que me acompanharam e me aceitaram em momentos críticos. Portanto, este título é de todos nós que acreditamos que é possível mudar uma sociedade quando a gente não se acovarda diante das perseguições, das falsidades e das mentiras”.

Estiveram presentes na Sessão Solene as secretárias municipais Jacqueline Barbosa (Assistência e Desenvolvimento Social), Eliana Honain (Saúde), Clélia Mara Santos (Educação), Juliana Agatte (Gestão e Finanças), a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Cidinha Silva, o presidente do Comcriar, Alexandre Machado, a presidente da Sociedade de Educação e Promoção Social “Imaculada Conceição”, Madre Marlene da Silva, a vice-presidente da Comissão da Infância e Juventude da OAB Araraquara, Rafaela Milani, a assessora de Políticas para a Pessoa com Deficiência, Elisa dos Santos,  e o presidente do “Lar Escola Redenção”, Jorge Lorenzetti.

 

A homenageada

Aparecida dos Santos, mais conhecida como Irmã Cida, nasceu em Pirangi (SP), filha de Julia e Amadeu dos Santos. É a quarta de oito irmãos. Durante a infância, não pôde frequentar a escola, mas foi alfabetizada por seu pai, o que lhe permitiu cursar Contabilidade, então Escola de Comércio, em Monte Alto (SP) durante a adolescência. Mais tarde, mudou-se para São Paulo (SP), onde estudou Magistério no Colégio “Nossa Senhora de Lurdes” e iniciou sua formação religiosa como Irmã Franciscana da Imaculada Conceição, enquanto trabalhava nos cortiços do bairro de Belém e estudava Teologia à noite. Da capital, mudou-se para Ribeirão Preto (SP), onde estudou Serviço Social e trabalhou com crianças em situação de rua. Em setembro de 1999, transferiu-se para Araraquara e assumiu a direção do Centro de Convivência da Criança e do Adolescente “Lar Nossa Senhora das Mercês”. Desde a sua chegada à cidade, sempre se envolveu com o trabalho social com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Sob sua gestão, o Lar mudou-se do Centro para o bairro São Rafael, para ficar mais próximo da população atendida, de modo que as crianças não se desvinculassem de seu bairro de origem. A religiosa conta que sua vocação foi direcionada pelas preocupações sociais: “A injustiça e os maus tratos aos pobres sempre me incomodaram, sempre quis fazer algo em prol das pessoas mais vulneráveis. Por isso escolhi a vida religiosa, para poder me dedicar às causas sociais em tempo integral”.

 

Confira as fotos aqui.


Publicado em: 11 de junho de 2019

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Categoria: Câmara

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