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Pouca gente sabe, mas dentro da Casa da Cultura existe um espaço que abriga uma parte da história da arte de Araraquara e do Brasil: a Pinacoteca “Mario Ybarra de Almeida”. Tecnicamente, a palavra “pinacoteca” refere-se a uma galeria ou a um museu de pintura. Em várias cidades, as pinacotecas oferecem ao público um acervo permanente, além de receber exposições convidadas. No caso de Araraquara, ela funciona como repositório onde as pinturas ficam guardadas para comporem eventuais exposições. “A Pinacoteca conta com 1.270 obras tombadas de valor incomensurável, não apenas em termos monetários, como também do ponto de vista do registro da história da cidade”, aponta a arte educadora Rita Michelutti, que está à frente do espaço desde 2017. Juntamente com a estagiária voluntária e cientista social Julia Gottsfritz, Rita convidou os vereadores para uma apresentação da Pinacoteca na terça-feira (21).
Os vereadores Elias Chediek (MDB), José Carlos Porsani (PSDB), Cabo Magal Verri (MDB) e Roger Mendes (Progressistas) participaram do encontro, bem como a curadora do Território da Arte, Lívia Martucci.
Cupins e umidade
A Pinacoteca tinha sido fechada em 2007 para manutenção. “Porém, não houve nenhuma manutenção durante esse período de fechamento e quando a reabrimos, em 2017, encontramos uma situação devastadora, com obras sendo devoradas por cupins, umidade, quadros tapando buracos e um total abandono”, recorda Rita, que conseguiu, com a ajuda de Julia, recuperar grande parte do acervo. “Mas ainda há muito trabalho a ser feito”, acrescenta Julia. “É necessário elaborar um plano museológico, uma política de aquisição e descarte, a fotografia, digitalização e catalogação de todo o acervo, o registro no Sisem [Sistema Estadual de Museus] e no Ibram [Instituto Brasileiro de Museus], estruturar uma sala climatizada, com acessibilidade e um projeto educativo”, enumera. “Quando estiver cadastrada nos sistemas estadual e federal, poderá entrar para o mapa dos museus nacionais.” O problema é que Rita e Julia não poderão continuar a cuidar da Pinacoteca. Rita, que é servidora da Prefeitura, aderiu ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) e recebeu sua autorização para o desligamento. “Assinei minha demissão hoje. Pensei que levaria ao menos um ano, e que daria tempo de fazer mais, mas não vai dar”, lamenta-se. “Achei importante trazer os vereadores aqui, para que tenham consciência da importância da Pinacoteca e possam atuar em parceria com o Executivo para cuidar dela. Se ficar abandonada, poderá retroceder à situação que encontramos aqui em 2017.”
Propostas
“É muito importante ter um gestor dentro da administração pública que se responsabilize pela obtenção de todos os documentos para o cadastro nas entidades reguladoras dos museus, que é um passo fundamental. Além disso, um museu é como um filho, precisa de atenção constante”, acredita a curadora Lívia, lançando mão de sua experiência como gestora pública. Os vereadores concordam com a necessidade de designar um responsável pelo setor. “Penso que o mais difícil já foi feito”, observa Roger Mendes. “Estive aqui no início de 2017 e vi o estado em que se encontrava a Pinacoteca. O trabalho que elas realizaram é incrível, estão de parabéns. Vamos procurar um encaminhamento com a Prefeitura, começando com um servidor para cuidar do espaço”, adianta. “Entendo a preocupação com o espaço e a necessidade de parcerias, porque não adianta ter vontade e não ter apoio. Precisamos unir forças”, diz Porsani, enquanto Verri acrescenta que “é preciso envolver o Executivo como um todo, não apenas a Secretaria de Cultura, chamar todos para a discussão”. Chediek, por sua vez, pediu a Rita que encaminhe aos vereadores um projeto elencando todas as ações necessárias para a preservação e curadoria do espaço. “Com os dados em mãos, ficará mais fácil estabelecer prioridades com a Secretaria de Cultura.”
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