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Em abril de 2011, uma lei de autoria da vereadora Juliana Damus (PP) instituiu 12 de junho como o Dia Municipal de Conscientização da Cardiopatia Congênita em Araraquara. Para lembrar a data e esclarecer aspectos relativos à prevenção e ao tratamento dessas doenças – que atingem cerca de 28 mil crianças nascidas por ano no Brasil –, a servidora pública Taísa Ferreira Rodrigues Lima ocupou a Tribuna Popular na 22ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal. “Estou aqui como mãe e como cidadã que paga seus impostos e valoriza seu direito à informação”, declarou.
Em 2009, Taísa perdeu uma filha para a cardiopatia congênita complexa, uma doença com incidência oito vezes maior do que a Síndrome de Down entre os recém-nascidos brasileiros. “Quando minha filha nasceu, em 2007, eu não sabia que crianças podiam nascer com problemas de coração”, contou. Desde então, Taísa trabalha incansavelmente para informar as mães sobre os riscos, sintomas e tratamento das cardiopatias congênitas, um assunto pouco divulgado pelos meios de comunicação. Cardiopatia congênita é o nome dado a qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração, que surge nas primeiras oito semanas de gestação, quando se forma o coração do bebê. As causas das doenças cardíacas não são definidas e acredita-se que decorram de uma combinação de fatores genéticos e ambientais, porém algumas características parecem ser mais comuns nas famílias com casos comprovados. São eles: mães com mais de 35 anos; pai, mãe ou filhos anteriores com cardiopatia congênita; mães portadoras de diabetes, hipotireoidismo ou lúpus eritematoso sistêmico (LES); mães que apresentem doenças como toxoplasmose ou rubéola durante a gestação; mães em uso de medicamentos como anticonvulsivantes, anti-inflamatórios, ácido retinóico, lítio, entre outros, durante a gestação; gestação de gêmeos ou múltiplos; gravidez por fertilização in vitro. Várias malformações, síndromes e defeitos genéticos também aumentam a incidência das doenças. As cardiopatias congênitas geralmente são identificadas durante os exames do acompanhamento pré-natal, particularmente o ultrassom morfológico. Alguns casos requerem tratamento intrauterino, outros requerem medicamentos e cirurgias. Após o nascimento do bebê, uma série de sintomas deve chamar a atenção dos pais, como a cianose (pontas dos dedos e/ou lábios roxos); transpiração e cansaço excessivos durante as mamadas; respiração acelerada mesmo durante o sono; dificuldade para ganhar peso; irritação frequente e choro sem consolo. Nas crianças maiores, os alertas são cansaço excessivo em atividades físicas e dificuldade para acompanhar o ritmo de outras crianças; crescimento e ganho de peso de forma não adequada; infecções pulmonares repetitivas; lábios roxos (cianose) e pele mais pálida quando brincam muito; e coração com ritmo acelerado (taquicardia). As cardiopatias congênitas podem ser detectadas também na maternidade, por meio da oximetria de pulso, exame mais conhecido como Teste do Coraçãozinho, que consiste na medição da saturação (níveis de oxigênio) no sangue do bebê. “O teste é indolor e rápido, leva apenas de três a cinco minutos. É de extrema importância, porque o diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para preservar a vida dos bebês que nascem com essa condição”, explicou Taísa, que esteve recentemente na ONG Bebê a Bordo, a fim de esclarecer as dúvidas das futuras mamães. Ao concluir a sua participação na Tribuna Popular, ela agradeceu aos profissionais de saúde que tratam as crianças e os adultos cardiopatas, às pessoas que trabalham pela informação e pelo apoio às famílias que convivem com o problema, e à Câmara Municipal pela oportunidade de divulgar ainda mais a doença. Taísa pediu também a empatia dos órgãos públicos, pois, de acordo com dados de 2015 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, infelizmente cerca de 18 mil cardiopatas (78%) não recebem o tratamento, principalmente por falta de diagnóstico ou vagas na rede pública.
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