Publicado por: Foto: Prefeitura de Araraquara
1614
A Frente Parlamentar Antirracista da Câmara Municipal participou, na noite de segunda (27), no Sesc Araraquara, do lançamento do livro “A História Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense”, obra contendo documentos, fotos e informações raras sobre o período da escravização no município.
Estiveram presentes, durante a cerimônia, os vereadores João Clemente (PSDB), Guilherme Bianco (PCdoB) e as vereadoras Fabi Virgílio (PT) e Filipa Brunelli (PT), que também assistiram a uma apresentação do Grupo Ilú Oba de Min, de São Paulo (SP).
Contendo 500 páginas digitalizadas de escrituras de compra e venda de escravizados em Araraquara no final do século 19, entre os anos de 1874 e 1887, que estavam arquivadas em cartório, o livro resgata relevantes registros, uma vez que praticamente todos os documentos relacionados à escravização no Brasil foram queimados por determinação do então ministro de Estado, Rui Barbosa, em 1891. Em função disso, restaram poucas cidades, como Araraquara, que mantiveram os livros dos tabelionatos intactos, contrariando a ordem.
Após muitas tentativas e mediante autorização do Juiz-Corregedor Permanente do 1º Tabelião de Araraquara, as cópias digitalizadas dessas escrituras foram liberadas para a 5ª Subseção da OAB/SP e sua Comissão de Combate à Discriminação Racial.
Durante o lançamento da publicação, Clemente falou em nome da Câmara Municipal. “Se é possível fazermos um resgate da história desses homens e mulheres que estão nesse livro, somos prova de que quando nos dão oportunidade, quando nos dão espaço e quando podemos construir nossos caminhos, nós damos certo. E mais, trazemos todos que estão à nossa volta para fazer também com que as suas histórias pessoais sejam transformadas, porque se tem uma coisa que o negro faz com primor é trilhar caminhos para que o próximo possa chegar também”, enfatizou o parlamentar.
Para o prefeito Edinho Silva (PT), o conteúdo da pesquisa disponibilizada no livro recupera a história e também é o primeiro passo para que a justiça seja feita. Ele falou ainda sobre a importância de outras cidades seguirem o exemplo do que foi feito em Araraquara. “Eu não sei o desdobramento disso que Araraquara fez hoje porque vai depender dos atores. A história está aí para ser construída, mas nós tiramos a tampa do tacho. Nós criamos um precedente e esperamos que outras cidades façam o mesmo. E que possamos entender que a escravidão tinha nome, tinha gênero, tinha dor, tinha sofrimento, tinha sentimento de justiça que nunca se cumpriu.”
Sobre o livro
Projeto realizado pela Prefeitura de Araraquara, por meio do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Araraquara – 5ª Subseção, a obra conta com o apoio do Sesc, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros (Neab) da Uniara, da Academia Araraquarense de Letras, do Nupe - Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa em Extensão, da Comissão de Combate à Discriminação Racial da OAB e da Frente Parlamentar Antirracista da Câmara Municipal.
O livro conta com o trabalho de organização de Alessandra Laurindo, Claudio Claudino, Edmundo Oliveira, Felipe Oliveira e Fernando Passos, trazendo prefácios de instituições e pessoas comprometidas com o combate ao racismo, como o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda; o professor da Unesp Araraquara Dagoberto José Fonseca; além do Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo, Defensoria Pública, Fórum Trabalhista de Araraquara e outras organizações.
A publicação desse conteúdo foi autorizada pelo Juiz-Corregedor Permanente da Serventia Extrajudicial e expõe a realidade sobre a época da escravatura no Brasil e a realização de estudos sobre o período, além de possibilitar que descendentes de escravizados tenham acesso à verdade sobre as histórias de suas famílias. A inclusão dos prefácios, por sua vez, permite que as entidades e pessoas envolvidas com a temática manifestem, sob sua ótica, a importância do livro na luta contra o racismo.
O download do livro “A História Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense” está disponível no site da Prefeitura de Araraquara (www.araraquara.sp.gov.br).
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Na tarde de quarta-feira (07), os integrantes da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Educação, vereadores Balda (Novo), Cristiano da Silva (PL), Guilherme Bianco (PCdoB) e Maria Paula (PT) s...
A Câmara Municipal de Araraquara manifesta profundo pesar pelo falecimento de Fernando César Câmara, carinhosamente conhecido como Galo, ocorrido nesta quarta-feira, 7 de maio de 2025. Nascido em...
Uma Audiência Pública realizada na Câmara abordou a necessidade de criação de uma política municipal para a promoção do uso racional de medicamentos. O evento foi realizado na tarde de segunda-feir...
O ciclismo da Fundesport obteve quatro títulos e dois vices, além de outras boas posições na Prova Primeiro de Maio e no Campeonato Paulista de Estrada, disputados entre os dias 1º e 3 de maio, em...
O Plenário da Câmara Municipal elegeu na tarde desta terça-feira (6) o vereador Michel Kary (PL) para o cargo de vice-presidente da Casa para o restante do biênio 2025-2026. Houve quatro candida...
As inscrições para o vestibular da Fatec (2º semestre de 2025) seguem abertas até 6 de junho. O valor da taxa de inscrição é R$ 50. A Fatec de Araraquara disponibiliza 200 vagas em cinco cursos sup...
O conteúdo do Portal da Câmara Municipal de Araraquara pode ser traduzido para a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) através da plataforma VLibras.
Clique aqui (ou acesse diretamente no endereço - https://www.vlibras.gov.br/) e utilize a plataforma.