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Edio Lopes*
20 de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. Em nossa cidade, a data é feriado, assim como em mais de mil cidades brasileiras. Essa data é muito importante para lembrar a luta contra a escravidão no Brasil e homenagear o grande herói negro dos Quilombos, Zumbi dos Palmares, assassinado em 20 de novembro de 1695.
O feriado municipal da Consciência Negra é uma data para reflexão sobre nosso passado escravista, a discriminação racial que ainda hoje permeia fortemente o país e também a nossa cidade, assim como sinalizar para a sociedade a dívida que há para com a raça negra. O dia é simbólico. Nós sabemos que não é um dia que resolverá séculos de políticas excludentes e oportunidades restritas que assolaram a população negra. Mas é importante uma data que estimule a reflexão e que provoque de forma positiva o debate sobre a questão racial. Essa data é importante não apenas para a população negra do nosso país e em nossa cidade, mas para todo o povo brasileiro, porque simboliza a luta de homens e mulheres em busca de igualdade, de cidadania e do ideal de viver em uma sociedade livre de todas as formas de opressão, principalmente do racismo. A história dos negros em nosso país sempre foi de luta. Todas essas lutas não foram e não têm sido em vão. Há vitórias e conquistas, mas ainda há muito a ser feito para que o Estado e a sociedade brasileira compensem a dívida que têm com o povo negro. Na última década, várias ações do Governo Federal foram implementadas no país para tentar minimizar essa dívida. As cotas nas Universidades Federais, a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a Lei 10.639, que obriga o ensino de história e cultura afro-brasileiras nas escolas, e a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial foram algumas delas. Mas ainda é pouco. Precisamos de mais. Independente dos importantes avanços alcançados em prol da igualdade racial, nós sabemos – todos nós – que a discriminação persiste em nossa sociedade. Os afrodescendentes ainda são os que mais sofrem com o desemprego, a extrema pobreza e a violência, que tem vitimado tantos jovens nas nossas periferias urbanas. A América Latina e o Caribe possuem a maior população afrodescendente do mundo e o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo, enquanto país, depois da Nigéria. O Censo nacional brasileiro oficializou, em 2010, pela primeira vez, aquilo que já era evidente, mas que não constava dos registros: mais da metade do povo brasileiro declara-se negro, reconhece-se como negro. Por tudo isso, a importância deste feriado, que não pode ser visto como algo que atrapalha o desenvolvimento da cidade. Muito pelo contrário. É uma data para reflexão e ação contra o racismo. Por fim, compartilho do sonho do grande líder negro Martin Luther King: “Eu tenho um sonho de que nossos pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pelo conteúdo do seu caráter”.
* Líder da bancada do PT na Câmara Municipal de Araraquara
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