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A semana teve um início triste. No Rio de Janeiro, 80 disparos tiraram a vida de um músico que ia a uma festa com a família. Mais um registro de uma triste realidade. Mas na tentativa de provocar uma mudança, uma semente foi plantada no Plenário da Câmara Municipal de Araraquara, na noite de segunda-feira (8), quando a vereadora Thainara Faria (PT) realizou a terceira Roda de Conversa do Povo Negro do ano.
A parlamentar lembra que no primeiro encontro com universitários, docentes e discentes foram apresentadas diversas realidades. Já no segundo, foi feita a identificação dos problemas, entre eles a abordagem policial e o encarceramento da juventude negra, reflexo, principalmente, da falta de oportunidades. “Extraímos da discussão, ainda, a ideia de uma cooperativa para que esses jovens trabalhem juntos e tenham sua subsistência, além de palestras e um projeto de lei obrigando os estabelecimentos a possuírem uma cartilha étnico-racial”, detalhou. “Continuamos insistindo porque precisamos estimular essa discussão”, completou. Claudemir Pereira falou um pouco do Centro de Referência Afro e o trabalho com a Fundação Casa. “Entendo serem importantes palestras de pessoas que estiveram lá e hoje têm outra vida. Precisamos mudar a cabeça desses jovens encarcerados. O jovem negro não passa do [ensino] fundamental II, não desenvolve leitura, cálculo, aptidões, e acaba indo para o tráfico. Vemos nos presídios o encarceramento dos jovens negros como se fosse um ‘projeto de extermínio’”, entende. Durante a discussão, também foi levantada a questão de parcerias para a orientação do jovem, como o Sebrae, por exemplo, no sentido de alimentar a ideia de “empresa de propriedade coletiva”.
Palestras no Batalhão
Para abordar a questão da “truculência policial”, Thainara acredita que uma humanização se faz necessária e, nesse sentido, orientações são fundamentais. Segundo os presentes, seria válido também para os guardas municipais um curso de formação institucionalizada.
Reciclando Vidas
A construção de referências também foi entendida como importante, podendo passar pela ampliação de programas como escolas de dança, por exemplo. Simone Fonseca destacou a necessidade de se ouvir os jovens e lembrou do projeto “Reciclando Vidas”, que surgiu inicialmente com a proposta de retirar jovens do lixão. “Eles realizavam oficinas de hip hop e reciclagem de papel com produção de materiais. Foram conseguidas parcerias com o comércio e o Senai. Temos que ver o que já existe de política social e tentar ampliar. Ver também o que aconteceu com esses jovens que participaram do programa. Ouvir relatos e compartilhá-los”, enfatizou. “Histórias de quem sobreviveu ao ‘caos’.” Foi lembrada a dimensão que programas deste tipo atingem, considerando a repercussão que gerou o possível fim do Projeto Guri. O grupo vê a necessidade de se realizar um estudo sobre os jovens atendidos pelas escolinhas e oficinas, além de se fazer um mapeamento. Será exatamente essa a “lição de casa” para o próximo encontro, já agendado para o dia 8 de maio, uma quarta-feira, a busca por dados mais detalhados dos projetos já existentes (Jovem Cidadão, escolinhas de esportes e dança) e prospecção de possíveis parcerias.
Economia solidária
Thainara tem em mente, ainda, um projeto para que 5% dos stands da Facira sejam voltados para a economia criativa e solidária. “Necessitamos de uma mudança de cultura da sociedade para o reconhecimento dessa alternativa, estimular a comunidade a absorvê-la.” Felipe Amaral, Francisco Salvador e Eva Aparecida da Silva também participaram da discussão, vista como produtiva pela vereadora. “Estamos caminhando. Vejo como importante esse movimento, já que auxilia o nosso mandato para não ficarmos só discutindo, mas fazermos, de fato”, finalizou.
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